BICHOS DE ESTIMAÇÃO - BENEFÍCIOS PARA CRIANÇAS COMPENSAM MUDANÇAS NA ROTINA
Além de bonitinhos e divertidos, os
animais ajudam a desenvolver o senso de responsabilidade, a auto-estima e a
educação sentimental da garotada.
Em um primeiro momento, ter um bicho
de estimação é uma idéia que parece assustadora para muitos pais. A recusa
normalmente é justificada pela expectativa de que o animalzinho será capaz de
mudar a rotina de toda a família, sem contar os gastos previstos com ração,
remédio, vacina e visitas ao veterinário. Mas especialistas em educação e
psicologia afirmam que os benefícios da convivência entre a criança e o animal
superam, e muito, as razões apontadas para não ter um bichinho em casa.
A psicóloga Natércia Tiba,
especializada em crianças e adolescentes, afirma que o convívio com animais é
muito saudável porque ajuda no processo de desenvolvimento da criança. “Ela irá
exercitar o senso de responsabilidade. Além disso, passará a trabalhar seus
sentimentos como a auto-estima, a alegria, a tristeza, a frustração, a
tolerância e a compreensão”, afirma a psicóloga.
Há situações que tornam a presença de
um animalzinho ainda mais indicada no lar. Nos casos em que os pais trabalham e
os pequenos ficam muito sozinhos, o bicho de estimação faz companhia e estimula
o desenvolvimento afetivo. O animal também ocupa um lugar de destaque na casa
onde há irmãos que brigam muito: o bichinho torna-se o foco de atenção e
proporciona um relacionamento mais saudável entre as crianças.
Mas qual a idade ideal para iniciar
este processo?
De acordo com a especialista, a
compra ou adoção de um animal de estimação vai depender do tipo de bicho
escolhido. No caso do cachorro, por exemplo, crianças de 3 e 4 anos podem
tê-los, uma vez que já adquiriram certa autonomia. Nesta idade, os pequenos
possuem habilidades motoras, são capazes de se defender e entender algumas
regrinhas do que é ou não permitido fazer. Eles sabem, por exemplo, que não
podem subir no cachorro ou puxar suas orelhas.
Para ter um pássaro não há restrição
de idade e os pequenos podem ajudar nos cuidados com a limpeza e a alimentação.
Os gatos são indicados a partir dos 3 anos. Eles são bichos limpos, carinhosos
e proporcionam tranqüilidade. Os peixes também são próprios para crianças com
idade a partir dos 3 anos e os roedores são recomendados para a faixa dos 4
anos. Estes últimos são dóceis, tranqüilos e exigem uma manutenção barata.
A especialista explica que cabe aos
pais avaliar se a criança está pronta para ter um bichinho ou não. Para tanto,
eles devem estar dispostos a ajudar nas tarefas e isso requer uma dose de
paciência e de tolerância. Principalmente em relação às tarefas que exigem
maior compromisso com os horários, como dar comida ou remédio. Levar ao veterinário
também faz parte da lista de tarefas dos adultos. Já as atividades mais simples
devem ser atribuídas progressivamente aos pequenos. Entre outras funções, eles
podem pentear o pêlo do animal ou colocar água no recipiente.
Conforme a criança amadurecer, os
pais podem e devem passar outros tipos de responsabilidades. É na faixa dos 12
anos que as meninas conseguem cuidar do animal, já os meninos, só a partir dos
14 anos. “O papel dos pais é servir de guia para os filhos, ensinando e
orientando o que eles podem fazer. Os pais são modelos, se tratarem o bichinho
bem, a criança fará o mesmo e agirá assim com outras pessoas. Caso contrário,
achará que o mau trato é normal e levará essa experiência para o mundo afora”,
alerta a psicóloga.
Filhote muda comportamento de criança
Depois de muita insistência, Mariana
Neves Vieira, 4 anos, ganhou dos pais um filhote de cachorro da raça labrador.
Atualmente, a cadelinha que atende pelo nome de Milly, está com 5 meses de
idade. Poucos dias após a chegada da nova integrante da família, os pais já
começaram a notar algumas mudanças de comportamento da criança. “Passei a
perceber que minha filha ficou mais meiga, atenciosa e alegre”, diz orgulhosa,
a mãe Sandra Neves. Para ela, o relacionamento entre as duas é muito legal.
“A Mariana adora brincar com a
cachorra e quer participar de tudo. Na hora de dar banho é uma festa. Todo
mundo entra na brincadeira. O pai segura o cachorro, enquanto a mãe passa o
xampu e a Mariana segura o chuveirinho para enxaguar”, relata.
Segundo Sandra, outro momento que
demonstra interesse da menina é quando ela chega da rua e pergunta se a Milly
está bem e sai correndo ao seu encontro. “Para mim, ela mostra sinais de
preocupação com a cachorra, pois já tem a percepção das necessidades de um outro ser, e assim, se sente responsável
pelo bem-estar do animal.”
Apesar do trabalho e dos gastos com
veterinário, ração, vacina, entre outros que vão surgindo, ela revela, “vale a
pena ter um animal de estimação, além da companhia e de momentos de alegria e
diversão que ele é capaz de proporcionar, é muito recompensador ver estampado
no rostinho da Mariana um sorriso permanente e uma alegria contagiante devido a
sua presença em casa.”
Quando um animal de estimação não é
uma boa idéia?
A decisão de levar para casa um
cachorro, um gato, um papagaio, um periquito ou qualquer que seja a espécie do
bichinho deve ser tomado pelo amor que ele inspira. “O animal nunca deve ser
tratado como um brinquedo. Aquele que serve para algumas horas e depois é
largado pelos cantos“, alerta Natércia. A psicóloga aponta que nem tudo será um
mar de rosas na convivência com o animal, mas os pais devem usar justamente
estes momentos para a educação dos filhos.
Na maioria das vezes, a criança vai
gostar de estar ao lado do animal, mas também haverá situações em que pode
sentir raiva. Isso pode ocorrer no caso do bichinho não a obedecer, fazer xixi
fora do lugar ou morder suas coisas. Provavelmente, a primeira reação do
pequeno será bater ou gritar. “É aí que os adultos devem interceder e explicar
que o animal não sabe o que está fazendo e orientar a criança de forma a
aprender a lidar com ele com respeito e dedicação”, completa.
Fonte: Alo Bebê
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